A I edição do Festival do Vinho do Douro Superior surpreendeu. Pelo número de visitantes, mas também pelos rostos que asseguraram a participação das marcas, onde não faltaram os principais protagonistas que fazem a história dos vinhos no Douro Superior. Surpreendeu ainda pelo número de novos produtores que se apresentaram e pela qualidade dos vinhos que estão a fazer.
Mais de seis mil pessoas visitaram este fim de semana o I Festival do Vinho do Douro Superior, um número que superou as expectativas da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa e dos próprios produtores que participaram no evento. Durante o fim de semana, estes destacavam ainda o interesse que os visitantes demonstravam em relação aos vinhos. Em Vila Nova de Foz Côa foi um fim de semana de festa: o I Festival do Vinho do Douro Superior deixou bem claro todo o potencial desta sub-região duriense e reforçou Foz Côa como a sua capital natural.
O caráter e singularidade dos vinhos do Douro Superior foi um dos aspetos mais vincados neste certame, que reuniu mais de 50 produtores. O presidente da Câmara de Foz Côa, Gustavo Duarte, sublinhava que para o seu município, onde se situam as grandes marcas de vinhos, era “forçoso, e até obrigatório” avançar com um evento desta natureza.
Os produtores comungavam desta convicção. “O Douro Superior tem características únicas que mereciam ser destacadas. O que eu estranhava era ainda não haver uma feira como esta”, sublinhava Pedro Garcias, jornalista que estava no evento enquanto produtor dos vinhos Mapa.
Além de Foz Côa, o Douro Superior inclui os concelhos vizinhos de Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Meda, S. João da Pesqueira e Torre de Moncorvo. A identidade e caráter destes vinhos advém do clima, com temperaturas muito extremas no verão e no inverno e uma baixíssima pluviosidade, e da orografia, menos acidentada do que na restante Região Demarcada do Douro. É nesta região que estão a desenvolver-se alguns dos projetos mais emblemáticos da atualidade e os produtores sentem que “Vila Nova de Foz Côa está no centro desta revolução e merece um evento desta natureza”, reforçava José Maria Soares Franco, da Duorum Vinhos.
Uma prova da importância deste certame foi o facto da participação das marcas ter sido assegurada pelos principais rostos dos projetos.
No evento, não faltaram os protagonistas que fazem a história dos vinhos no Douro Superior, como são os casos de José Maria Soares Franco, Francisco Olazabal (Quinta do Vale Meão), Luís Sottomayor (enólogo da Sogrape). No fim de semana, participaram ainda no festival nomes sonantes como Dirk Niepoort (Niepoort Vinhos), David Guimaraens (The Fladgate Partnership), entre outros.
A feira provou também que o município de Foz Côa é conhecido pelo mítico Barca Velha, mas a produção de vinhos neste território está muito longe de se esgotar neste ícone. A importância crescente desta zona na produção de vinhos tranquilos e generosos ficou bem notório aliás na adesão que se verificou na feira: no pavilhão Expocôa, que inaugurou sexta-feira na presença do secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Feliciano Duarte, estiveram mais de 200 marcas de vinhos em prova, de mais de 50 produtores.
Também surpreendeu o número de novos produtores que se apresentaram no certame, bem como a qualidade dos vinhos que estão a fazer, bem patente no Concurso de Vinhos do Douro Superior, que se realizou também no âmbito deste certame (ver texto em anexo). “Não conhecíamos mais de 50 por cento dos vinhos apresentados no concurso”, confessava João Geirinhas, da Revista de Vinhos, entidade responsável pela produção do Festival do Vinho do Douro Superior.
E o elevado número de medalhas atribuídas neste concurso “prova bem a qualidade dos vinhos que aqui se estão a fazer”, sublinhava Luís Lopes, diretor da Revista de Vinhos.
Dar a conhecer novos projetos é assim mais um fator que reforça a importância de um evento desta natureza. “É importante que o esforço de inovação e qualidade que se está a fazer no Douro Superior chegue aos grandes centros urbanos, onde se situam os consumidores, bem como à imprensa generalista e especializada e um evento como esta feira é uma alavanca importante nesse sentido”, afirmava João Geirinhas.
Além do Concurso de Vinhos e do debate que reuniu lavradores, produtores e gente ligada à fileira, no I Festival do Vinho do Douro Superior foi possível provar e adquirir a preços especiais os melhores vinhos e especialidades regionais, como amêndoas, azeites, doces, queijos e enchidos, bem como assistir a provas de vinhos comentadas por especialistas. Durante o fim de semana realizaram-se ainda visitas a quintas emblemáticas do Douro Superior: Vale Meão, Ervamoira, Leda e Conceito. O sucesso da primeira edição impõe a continuidade do evento no próximo ano, como garantiu já o presidente da Câmara de Foz Côa.
Fonte: Noticias de Vila Real
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