quarta-feira, 28 de março de 2012

Sistema de videovigilância vai detectar incêndios florestais, Castelo Melhor vai ter torre de vigilância!





Projecto a candidatar a fundos comunitários foi apresentado aos autarcas do distrito da Guarda.


O distrito da Guarda pode vir a ser coberto por um sistema de videovigilância florestal, para vigilância do território e detecção de incêndios florestais, que substituirá o trabalho dos tradicionais postos de vigia que funcionam nos meses mais quentes do ano.
O projecto, executado pela empresa Globalvision, foi apresentado, recentemente, em Celorico da Beira, numa reunião da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB), por sugestão do comandante do Comando Territorial da GNR da Guarda, segundo António Ruas, presidente da Câmara Municipal de Pinhel e da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB).
“Todos os colegas [autarcas] estão disponíveis para apoiar este projecto que permite substituir os meios humanos dos postos de vigia por meios informáticos”, declarou o autarca ao Jornal A Guarda. Disse que os locais de instalação das câmaras de videovigilância “serão decididos pelas Câmaras Municipais, através das Cartas de Risco”, embora a empresa já tenha avançado com a possibilidade de instalação de 22 torres de vigia, que fazem a cobertura dos 14 concelhos do distrito da Guarda. “O projecto apresentado permite a vigilância do território a nível de incêndios e até a outros níveis”, evidenciou António Ruas, indicando que a sua implementação trará “benefícios relativamente ao tempo para o alerta da ocorrência, o que irá permitir combater muitos incêndios logo no seu início”.
Segundo o autarca, embora o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) esteja em reanálise, as autarquias do distrito e a AMCB irão fazer contactos com a GNR e a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) para que a candidatura possa ser apresentada a fundos comunitários.
Adiantou que o projecto, que poderá orçar em mais de 1 milhão de euros, poderá vir a ser candidatado ao QREN. “Se houver comparticipação comunitária de 85%, o investimento a realizar pelas Câmaras Municipais é praticamente insignificante”, vaticinou o autarca.
Por aquilo que apurou o Jornal A Guarda, o projecto do Sistema de Videovigilância Florestal do Distrito da Guarda proposto pela empresa Globalvision propõe a cobertura do território com 22 torres, que funcionam de forma completamente autónoma e podem ser instaladas em infra-estruturas existentes ou construídas de raiz.
O plano sugere a instalação de três torres no concelho de Almeida (Almeida, Miuzela e Malhada Sorda), uma em Celorico da Beira (Baraçal), outra em Figueira de Castelo Rodrigo (Figueira de Castelo Rodrigo), duas em Gouveia (S. Pedro e Gouveia), três na Guarda (Jarmelo, Videmonte e Guarda), uma em Manteigas, outra na Mêda, duas em Pinhel (Pinhel e Freixedas), três no Sabugal (Monte S. Cornélio, Quadrazais e Soito), duas em Seia (Alvoco da Serra e Salgueiral), duas em Trancoso e uma em Vila Nova de Foz Côa (Castelo Melhor).
Refere que as câmaras de vídeo de elevada qualidade, utilizadas no sistema proposto, são “o meio mais eficaz de acompanhar e gerir remotamente as ocorrências, oferecendo aos Comandos (Comandos Distritais de Operações de Socorro – CDOS) uma preciosa ferramenta de apoio à decisão”. “É possível avaliar a situação de forma rápida e abrangente, eliminando inevitáveis erros ou omissões na transferência da informação, as quais poderão condicionar as tomadas de decisão”, adianta, referindo que o sistema também proporciona ao comando operacional “informação em tempo real, permitindo evitar deslocações ao terreno, muitas das vezes desnecessárias devido a falsos alertas”. São também fundamentais “em situações de múltiplas ocorrências, onde a gestão dos meios de combate e a tomada de decisão são de crucial importância”.
Ainda de acordo com a empresa, devido à elevada qualidade dos equipamentos propostos “é possível detectar fogos a distâncias superiores a 30 quilómetros”. Para além da detecção rápida de incêndios, é também evidenciado que o sistema de videovigilância permite vigiar a floresta e assinalar potenciais comportamentos negligentes ou criminosos, reduzir os custos operacionais, incutir um efeito dissuasor e a partilha de recursos entre a GNR e a ANPC.
A Globalvision também explicou aos autarcas que é possível fasear a implementação do sistema, tendo em conta as prioridades de vigilância e as disponibilidades financeiras, e integrá-lo num futuro sistema nacional de videovigilância florestal.

Fonte: A Guarda

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